Olá queridos, hoje citarei um trecho que acho bastante relevante do livro
M³ (Mulher – Mãe – Moderna) das jornalistas piauienses, Clarissa Carvalho e
Elizângela Carvalho. Super indico esse livro, fala sobre a experiências femininas como
mulheres, mães e modernas.
A partir dos ensinamentos da Matemática, aprendemos desde
cedo que um mais um é dois. Com o passar do tempo, parece que nos esquecemos
dessa regrinha básica e passamos a ver variantes mesmo quando elas não existem.
Exemplo disso é a paixão, sentimento pouco racional que nos leva a ter como
ideal de parceiro alguém que seja uma cara-metade, alma gêmea, banda da laranja
ou demais associações piegas tão projetadas no senso comum.
Apaixonadas, queremos alguém que seja como a gente, saiba
reconhecer nossas necessidades, conheça e compreenda nossos sentimentos, faça o
que queremos sem que agente precise pedir; enfim, seja um duplo nosso mais
completo, pois queremos também que não tenha nossos defeitos e ainda tenha
outros atributos físicos (vocês entendem...).
Porém, esquecemos nesse devaneio de voltar às primeiras
lições da soma para identificar como é ilógico imaginar que a união de duas
pessoas pode chegar a ponto de transformar seres tão únicos em apenas um.
Fora a crença religiosa de que os casamentos transformam dois
corpos em apenas um, aprendemos com a Física que dois corpos nunca poderão ocupar
o mesmo espaço.
O fato é que sempre veremos o mundo de modo diferente do
nosso parceiro, pois ocupamos lugares diferentes no mundo. Da mesma maneira,
ninguém conseguirá perceber as coisas exatamente como a gente. Isso tem suas
desvantagens, mas também tem seu lado bom. Imaginem viver com alguém que
concorda em tudo com você, que pouco soma em suas experiências de vida; afinal,
vê as coisas exatamente como você e, além disso, não te dá espaço para ser
sujeito de existência irrepetível. Segundo Leonardo Boff: “cada ponto de vista
é a vista de um ponto, depende de onde meus pés pisam”.
*Jornalista pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), pós-graduada
em Tendências e Perspectivas do Jornalismo (UFPI), mestre na linha Estudos de
Linguagem (UFPI) e Editora-Chefe do Jornal O Dia/PI.
* Jornalista pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Especialista
em Tendências e Perspectivas do Jornalismo (UFPI), Mestranda em Antropologia e
Arqueologia (UFPI), Professora do curso de Comunicação Social e colunista
semanal do Jornal O Dia/PI.